sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O Simples é Fácil?





Definitivamente, por vezes, os fracassos e das dores do homem moderno; advém da crença de que o simples é fácil, por exemplo, e fácil ter uma casa, no entanto, construir um lar é tarefa hercúlea nos dias atuais. Simples é dizer não, porém, tem pessoas que passam uma vida inteira ensaiando e não conseguem.

Simples começar uma relação, entretanto, nada fácil conservar, manter e rever os vícios da mesma. Nessa matemática da vida, o fácil só anda de mãos dadas com o futuro, o amanhã. Ver o ontem com a experiência do, agora, sempre é mais fácil. Mais fácil, ainda, é julgar o outro. No hoje, o fácil se apresenta vestido de difícil. Nessa confusão de conceitos, às vezes, vamos sendo derrotados pela nossa negligência emocional. O simples requer zelo, cuidado e muita dedicação, assim, torna- se complicado separar o simples da vigilância, da mesma forma que é impossível separar o vento da brisa, a estrela da luz, a raiz da terra, ou o amor da esperança, o remédio da doença.

Nessa legião de desavisados, fazemos coro com nossa teimosia e vamos construindo relações complicadas, a despeito de nosso orgulho e prepotência. A ilusão de que o simples é fácil, logo nos joga no calabouço da desfaçatez, inclusive, negligenciando o esforço e promovendo a dor. A singeleza da vida, não condiciona a mesma; a facilidade, sobremaneira, muito esforço pessoal para domar nossas paixões mais primitivas. Quando o simples encontra a boa vontade pela frente, as coisas ficam possíveis, todavia, nunca fáceis.

Psicólogo Marcos Bersam

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O ponto negro...


Certo professor entrou na sala de aula.
Disse aos alunos para se prepararem para uma prova relâmpago.
Todos ficaram assustados.
O professor, como de costume, entregou a prova virada para baixo.
Quando puderam ver, para surpresa de todos, não havia uma só pergunta.
Havia apenas um ponto negro no meio da folha.
O professor, analisando a expressão surpresa de todos, disse:
Agora vocês vão escrever um texto sobre o que estão vendo.
Os alunos confusos começaram a difícil tarefa.
Terminado o tempo, o professor recolheu as folhas...
Colocou-se em frente à turma e começou a ler as redações em voz alta.
Todas, sem exceção, definiram o ponto negro...
Tentando dar explicações por sua presença no centro da folha.
Após ler todas, a sala em silêncio, ele disse:
Esse teste não será para nota, apenas serve de lição.
Ninguém falou sobre a folha em branco.
Todos centralizaram suas atenções no ponto negro.
Assim acontece em nossas vidas.
Temos uma folha em branco inteira para observar, aproveitar...
Mas, sempre nos centralizamos nos pontos negros.
A vida é um presente de DEUS...
Dado a cada um de nós com extremo carinho e cuidado.
Temos motivos pra comemorar sempre.
A natureza que se renova.
Os amigos que se fazem presentes...
O emprego que nos dá sustento...
Os milagres que diariamente presenciamos.
No entanto, insistimos em olhar apenas para o ponto negro.
O problema de saúde que nos preocupa...
A falta de dinheiro...
O relacionamento difícil com um familiar...
A decepção com as pessoas.
Os pontos negros são mínimos...
Comparando com tudo aquilo que recebemos diariamente.
Mas, são eles que povoam nossa mente.
Pense nisso: Tire os olhos dos pontos negros da sua vida!
Aproveite cada bênção, cada momento que Deus lhe dá.
Creia que o choro pode durar até o anoitecer.
Mas, a alegria logo vem no amanhecer.
Tenha essa certeza, tranqüilize-se e seja feliz!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente.



Todo mundo é inseguro, sem exceção.

Os super confiantes simplesmente disfarçam melhor. Não escapam pais, professores, chefes nem colegas de trabalho.

Afinal, ninguém é de ferro.

Paulo Autran treme nas bases nos primeiros minutos de cada apresentação, mesmo que a peça que já tenha sido encenada 500 vezes.

Só depois da primeira risada, da primeira reação do público, é que o ator se relaxa e parte tranquilo para o resto do espetáculo.
Eu, para ser absolutamente sincero, fico inseguro a cada novo artigo que escrevo, e corro desesperado para ver os comentários postados.
Insegurança é o problema humano número 1. O mundo seria muito menos neurótico, louco e agitado se fôssemos todos um pouco menos inseguros. Trabalharíamos menos, curtiríamos mais a vida, levaríamos a vida mais na esportiva. Mas como reduzir esta insegurança?
Alguns acreditam que estudando mais, ganhando mais, trabalhando mais resolveriam o problema. Ledo engano, por uma simples razão: segurança não depende da gente, depende dos outros. Está totalmente fora do nosso controle.
Por isso segurança nunca é conquistada definitivamente, ela é sempre temporária, efêmera.
Segurança depende de um processo que chamo de “validação”, embora para os estatísticos o significado seja outro. Validação estatística significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro, mas eu uso esse termo para seres humanos. Validar alguém seria confirmar que essa pessoa existe, que ela é real, verdadeira, que ela tem valor.
Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente. Alguém tem de dizer que você é bonito ou bonita, por mais bonito ou bonita que você seja. O autoconhecimento, tão decantado por filósofos, não resolve o problema. Ninguém pode autovalidar-se, por definição.
Você sempre será um ninguém, a não ser que outros o validem como alguém. Validar o outro significa confirmá-lo, como dizer: “Você tem significado para mim”.
Validar é o que um namorado ou namorada faz quando lhe diz: “Gosto de você pelo que você é”. Quem cunhou a frase “Por trás de um grande homem existe uma grande mulher” (e vice-versa) provavelmente estava pensando nesse poder de validação que só uma companheira amorosa e presente no dia-a-dia poderá dar.
Um simples olhar, um sorriso, um singelo elogio são suficientes para você validar todo mundo.
Estamos tão preocupados com a nossa própria insegurança, que não temos tempo para sair validando os outros.
Estamos tão preocupados em mostrar que somos o “máximo”, que esquecemos de dizer aos nossos amigos, filhos e cônjuges que o “máximo” são eles. Puxamos o saco de quem não gostamos, esquecemos de validar aqueles que admiramos.
Por falta de validação, criamos um mundo consumista, onde se valoriza o ter e não o ser. Por falta de validação, criamos um mundo onde todos querem mostrar-se, ou dominar os outros em busca de poder.
Validação permite que pessoas sejam aceitas pelo que realmente são, e não pelo que gostaríamos que fossem. Mas, justamente graças à validação, elas começarão a acreditar em si mesmas e crescerão para ser o que queremos.
Se quisermos tornar o mundo menos inseguro e melhor, precisaremos treinar e exercitar uma nova competência: validar alguém todo dia. Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo, um dedão para cima, um “valeu, cara, valeu”.
Você já validou alguém hoje? Então comece já, por mais inseguro que você esteja.



Stephen Kanitz
Artigo publicado na Revista Veja, edição 1705, ano 34, nº 24, 20 de junho de 2001, pág.22